Situação só piorou

A dispersão de refugiados pelo mundo acentuou-se nos últimos dois anos, a ponto de se tornar um dos mais graves problemas sociais enfrentados pelos países centrais. Eles chegam aos montes, nas fronteiras da Europa.

Poucos imaginavam que esse efeito colateral da guerra síria abalaria a estabilidade das grandes nações mundiais e as fariam pensar nos custos/ benefícios que supostamente essa guerra tem.
Memórias de uma época - II

20100329

Uma grande classe média não branca

Mais da metade dos negros brasileiros, e pouco menos da metade dos mestiços (pardos), pertencem hoje à classe média, incluindo a classe C, a nova classe média popular.

Hoje, o Brasil já possui uma grande classe média não branca, com 45 milhões de pessoas. Recente levantamento do economista Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), mostrou que 53,5% dos negros e 47,3% dos mestiços no Brasil pertenciam às classes A, B e C, em 2008. Dos negros e mestiços, 48% pertenciam à classe C (a nova classe média popular) e os demais 52%, nas classes D e E, com características da pobreza

Dos negros e mestiços tomados em conjunto, 48% estão classe média, e 52% estão nas classes D e E, com mais características de pobreza. Os porcentuais de negros e mestiços entre os muito ricos também cresceram. Segundo André Urani, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (IETS), a proporção de negros e mestiços, nos últimos 15 anos, cresceu bem mais entre os mais ricos do que entre os mais pobres. E cita o salto de 74%, de 1993 a 2008, na proporção de chefes de família negros e mestiços no 1% mais rico do Brasil – hoje representando 15% deles.

Mesmo com o avanço de negros e mestiços, a sociedade brasileira ainda está muito longe de ser igualitária em grupos raciais. Os chefes de família negros e mestiços ainda correspondem a mais de 70% entre os pobres e indigentes, segundo a classificação de linhas de pobreza de Urani.

Os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), desde 1993, mostram uma notável evolução pois, naquela época, menos de um quarto dos negros (23,8%) e pouco mais de um quinto dos mestiços (21,7%) pertenciam às classes A, B e C. Tomados em conjunto, apenas 22% dos negros e mestiços estavam na classe média, com quase 80% nas classes D e E.

A pesquisa de Neri (2010) revelou um crescimento de 110% na proporção de negros e mestiços nas classes A, B e C, enquanto a dos brancos expandiu-se em 42%.

Os dados de Urani e Neri mostram, portanto, que, apesar de a situação ainda permanecer ruim, é inegável a tendência de redução da desigualdade de renda de base racial nestes últimos 15 anos. Hoje, o País já possui uma grande classe média não branca, com 45 milhões de pessoas.

Os dados da PNAD revelam que também houve, independentemente da renda, um expressivo aumento na proporção de negros e mestiços no total da população brasileira de 1993 a 2008, de 45% para 50,1% do total.

As possíveis explicações para essa mudança são uma maior disposição das pessoas se identificarem como não brancas (pretos e pardos, na terminologia oficial) nos questionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e um avanço real demográfico de negros e mestiços relativamente aos brancos. A combinação das duas hipóteses também pode ser uma explicação a ser testada.

Em todas as faixas de renda houve aumento da participação de negros e mestiços, já que eles cresceram bastante na população como um todo. Porém, quando se examina as mudanças na distribuição de negros e mestiços entre as faixas de renda, de 1993 a 2008, fica claro que aquele aumento foi proporcionalmente maior nas camadas mais ricas da população do que nas mais pobres.

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