Situação só piorou

A dispersão de refugiados pelo mundo acentuou-se nos últimos dois anos, a ponto de se tornar um dos mais graves problemas sociais enfrentados pelos países centrais. Eles chegam aos montes, nas fronteiras da Europa.

Poucos imaginavam que esse efeito colateral da guerra síria abalaria a estabilidade das grandes nações mundiais e as fariam pensar nos custos/ benefícios que supostamente essa guerra tem.
Memórias de uma época - II

20100716

Sal, gorduras e açúcares: trio perigoso

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 45% da população brasileira está acima do peso e 20% dos adultos já são considerados obesos.

Até o fim do ano, estima-se que pelo menos 42 milhões de crianças com menos de 5 anos estarão obesas ou acima do peso, das quais 80% morando em países menos desenvolvidos. No Brasil, 30% das crianças estão acima do peso, e destas, 15% consideradas obesas.

Peça publicitária do Movimento Active Light - Mantenha
seu filho longe da obesidade

Na última assembleia da OMS, realizada em Genebra neste ano, a organização recomendou que os países adotassem medidas para reduzir o impacto da propaganda de alimentos pouco nutritivos sobre as crianças, já que as escolhas delas influenciam em até 80% as compras feitas pela família.
“Excesso de peso e má alimentação são responsáveis por um grupo chamado de macrodoenças, que estão ligadas à principal causa de óbitos no país, por desencadearem problemas cardiovasculares”, (João Eduardo Salles, do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). 
Esses males são a hipertensão, a obesidade e a hipercolesterolemia (colesterol alto), responsáveis pelo maior número de mortes no Brasil.

Um recente estudo do Ministério da Saúde revelou uma queda no consumo de alimentos saudáveis e a substituição por produtos industrializados e refeições prontas.
O que a população desconhece é que esses alimentos geralmente contêm grande quantidade de sódio e gordura saturada, que, se consumidos com frequência, podem gerar sérios problemas de saúde (Márcia Fidelix presidenta da Associação Brasileira de Nutrição).
Açúcar, sal e gordura em excesso são os maiores vilões do consumismo exacerbado pelas campanhas publicitárias de Rádio/TV (direcionadas ao público infantil). Para alertar a população sobre esses riscos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma série de novas regras para a publicidade e a promoção de alimentos e bebidas com baixo teor nutricional e elevadas quantidades de sódio, açúcar e gordura saturada ou trans (Resolução RDC 24/2010)

A Resolução (RDC 24/2010) inclui a veiculação de alertas nos comerciais de televisão e rádio, com textos indicando que o produto “contém muito açúcar e, se consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e cárie dentária”, entre outros aspectos.

O limite dado pela agência para a quantidade de açúcar em alimentos sólidos é de 15g a cada 100g de produto. Um pacote de biscoito recheado, por exemplo, chega a conter 60g de açúcar em 100g de biscoitos, mais de quatro vezes superior ao limite. Quanto à gordura saturada, o valor estabelecido é de 5g a cada 100g. E o limite para a quantidade de sódio é de 0,4g para cada 100g de produto. As empresas terão 180 dias para se adequar às novas regras.

A iniciativa da Anvisa visa proteger os consumidores da omissão de informações e da indução ao consumo exagerado: “Os alertas nas propagandas vão possibilitar a reflexão do consumidor, para que ocorra uma mudança de comportamento, desestimulando os excessos (Maria José Delgado, gerente de monitoramento e fiscalização de propaganda da Anvisa)

Para muitos nutricionistas, os biscoitos recheados, os refrigerantes e as refeições industrializadas são os vilões, devido à quantidade excessiva de açúcar e gorduras, mesmo estando isenta de gordura trans. Os refrigerantes e as comidas congeladas (pizzas, lasanhas, sanduiches etc), estão repletos de sal e gordura saturada. E não adianta recorrer aos refrigerantes de baixa caloria, porque estes possuem elevada quantidade de sódio, que prejudica o sistema vascular.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Alana, com crianças entre 3 e 11 anos, destacou que guloseimas são mais desejadas que brinquedos, indicando que os biscoitos recheados são os mais consumidos, seguidos por refrigerantes, salgadinhos, batatas fritas e pizzas. Segundo a pediatra Maria Cristina Duarte estes produtos produzem calorias vazias, sem valor nutricional, com baixos teores de vitaminas, proteínas e fibrase, podendo “gerar nas crianças um problema chamado síndrome metabólica”. Ela conta que essa síndrome causa elevações dos níveis de lipídios e colesterol, alterações na glicemia e na insulina e pode levar à obesidade e à hipertensão arterial.

Para a coordenadora-geral do projeto Criança e Consumo, Isabella Henriques (Instituto Alana), deveria haver uma resolução específica para o público infantil, mas a Anvisa perdeu essa oportunidade para regular os excessos.
Apesar de ser uma medida inovadora, um avanço para a proteção da sociedade, a Anvisa perdeu a oportunidade de ir além (...) Um capítulo que regulamentava a vinculação de brindes e outros atrativos a alimentos que, em excesso, podem ser nocivos à saúde das crianças e definia horários apropriados para a divulgação desses produtos não foi incluído na resolução da Anvisa. A maior parte da publicidade desses alimentos é voltada para o público infantil, que deveria ser tratado de forma especial, por ser formado por consumidores hipervulneráveis (Isabella Henriques, do Instituto Alana).
[Com informações de Carolina Khodr, Correio Brasiliense]

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