Situação só piorou

A dispersão de refugiados pelo mundo acentuou-se nos últimos dois anos, a ponto de se tornar um dos mais graves problemas sociais enfrentados pelos países centrais. Eles chegam aos montes, nas fronteiras da Europa.

Poucos imaginavam que esse efeito colateral da guerra síria abalaria a estabilidade das grandes nações mundiais e as fariam pensar nos custos/ benefícios que supostamente essa guerra tem.
Memórias de uma época - II

20110101

A pobreza extrema no Brasil

O Brasil mantém-se nas piores posições do ranking mundial da concentração de renda, mas a desigualdade de renda entre ricos e pobres no Brasil de Lula está em curva descendente, desde 2003

Cerca 31,7 milhões de brasileiros deixaram a pobreza, outros 12,6 milhões já não podem ser considerados miseráveis e outros 13,5 milhões de brasileiros ainda estão em pobreza extrema, condição que (espera-se) o governo de Dilma Rousseff deverá mudar.


Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) indicam que o Bolsa-Família teve papel relevante. Um em cada quatro brasileiros é beneficiado por ele com pagamentos de R$ 22 a R$ 200 mensais, sem prazo para terminar. Mas isso não significa que a miséria do País foi resolvida, mesmo temporariamente, pois, além dos mencionados 13,5 milhões em extrema pobreza, há ainda 5,3 milhões de famílias que não superaram essa condição, mesmo sendo beneficiadas pelo Bolsa-Família.

Segundo o estudo do IPEA, as aposentadorias, pensões e benefícios de prestação continuada (BPC), pagos a idosos e pessoas pobres com deficiência, teriam contribuído com 15% na redução da desigualdade durante a década. No mesmo período, o Bolsa-Família contribuiu com 16% para a queda da desigualdade.

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20100812

Fundamentalistas no Oriente Médio

Por causa do fracasso e da falta de desenvolvimento do Estado, muitas milícias desempenham o papel de um governo paralelo.
As grandes catástrofes e a reconstrução política são oportunidades para que o terrorismo e o fundamentalismo tentem se impor por meio do medo e do dinheiro (Rodrigo Craveiro, Correio Brasiliense, 12/08/2010)..
Menina afegã (2010)

No Afeganistão, os talibãs se aproveitam da quase inexistência do Estado para reconquistar áreas perdidas após a invasão anglo-americana, em 7 de outubro de 2001.

No Paquistão, assolado pelas chuvas que já matam 1,3 mil pessoas, a milícia Tehrik-i-Taliban Pakistan (TTP), o Talibã paquistanês, exige que as autoridades não aceitem ajuda do Ocidente.

No Iraque, a rede extremista Al-Qaeda promete pagar salários maiores a sunitas que debandarem do governo e se alistarem às suas fileiras.

Na Somália, a facção islâmica Al-Shabaab ordenou que três grupos de assistência humanitária ocidentais suspendessem a distribuição de alimentos e donativos a mais de 650 mil pessoas, sob a justificativa de “disseminarem suas ideologias corruptas”.

O indiano Muqtedar Khan, cientista político da Universidade de Delaware (Estados Unidos), renomado intelectual muçulmano, tenta explicar esse fenômeno, citando os partidos islâmicos Hezbollah, no Líbano, e Hamas, nos territórios palestinos, como exemplos: o Hezbollah reconstruindo casas após a guerra com Israel e o Hamas dirigindo universidades, escolas e hospitais.
Por causa do fracasso e da falta de desenvolvimento do Estado, muitas milícias desempenham o papel de um governo paralelo. Elas fornecem segurança, algumas vezes justiça rápida, e são agora os principais atores que respondem a desastres naturais. (Khan, 2010)

Crianças são levadas das famílias, treinadas em lugares isolados e colocadas em ação

Para Muqtedar Khan, ao atuarem como Estado, esses grupos minam as autoridades existentes e se aproveitam de benefícios do próprio Estado, como o recrutamento de cidadãos e a taxação de impostos, na forma de dinheiro de caridade.

As enchentes no Paquistão (2010)

O talibã paquistanês

Para o analista político Magnus Ranstorp, do Colégio de Defesa Nacional Sueco, o caso atual mais dramático é o do Paquistão, onde o governo não consegue responder às inundações que deixaram 2 milhões de deslocados e afetaram 14 milhões de pessoas. O porta-voz dos talibãs TTP, Azam Tariq, prometeu cerca de US$ 20 milhões para as vítimas, caso Islamabad recuse a oferta internacional.
Trata-se de um modo sofisticado de dividir a população das forças invasoras. O problema para o TTP é que eles terão que fornecer uma alternativa atrativa à população — e não apenas um ‘graveto' (Ranstorp, 2010)
O estrategista paquistanês Hasan-Askari Rizvi, professor da Universidade de Punjab, disse que o governo do presidente Asif Ali Zardari não está levando o TTP a sério.
Essa declaração (de Azam Tariq) é vista mais como uma propaganda. As autoridades não permitiram que os talibãs se envolvessem no socorro aos flagelados. Além disso, as áreas tribais não foram afetadas pelas enchentes, e a milícia está impedida de atuar livremente no interior do país. (Rizvi, 2010)
O fato de organizações islâmicas de caridade terem se mobilizado com mais agilidade que o governo já preocupa os Estados Unidos. Classificada como facção terrorista, a Jamat-ud-Dawa (JuD) garante já ter ajudado 250 mil pessoas, doando barracas, utensílios e 5 mil rúpias (cerca de US$ 58) a cada família atingida.

Cena comum no Iraque: camionete carregando vítimas de atentados

Os filhos do Iraque

Uma reportagem publicada pelo jornal britânico Daily Telegraph revela como a Al-Qaeda se mobiliza para ganhar espaço no país. No primeiro dia do Ramadã (mês sagrado para os muçulmanos), os milicianos do grupo Filhos do Iraque (que recebem cerca de US$ 300 por mês pelo governo) têm recebido da rede terrorista uma proposta salarial mais alta para aderirem às suas fileiras. A notícia não surpreende Muqtedar Khan:
“No Iraque, no Afeganistão e no Paquistão, a Al-Qaeda é tratada como opção de carreira por alguns. Ela paga mais que outras milícias e profissões e, para muitos que têm baixa escolaridade, é uma fonte de renda, respeito e poder” (Khan, 2010)

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20100716

Sal, gorduras e açúcares: trio perigoso

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, mais de 45% da população brasileira está acima do peso e 20% dos adultos já são considerados obesos.

Até o fim do ano, estima-se que pelo menos 42 milhões de crianças com menos de 5 anos estarão obesas ou acima do peso, das quais 80% morando em países menos desenvolvidos. No Brasil, 30% das crianças estão acima do peso, e destas, 15% consideradas obesas.

Peça publicitária do Movimento Active Light - Mantenha
seu filho longe da obesidade

Na última assembleia da OMS, realizada em Genebra neste ano, a organização recomendou que os países adotassem medidas para reduzir o impacto da propaganda de alimentos pouco nutritivos sobre as crianças, já que as escolhas delas influenciam em até 80% as compras feitas pela família.
“Excesso de peso e má alimentação são responsáveis por um grupo chamado de macrodoenças, que estão ligadas à principal causa de óbitos no país, por desencadearem problemas cardiovasculares”, (João Eduardo Salles, do Departamento de Obesidade da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia). 
Esses males são a hipertensão, a obesidade e a hipercolesterolemia (colesterol alto), responsáveis pelo maior número de mortes no Brasil.

Um recente estudo do Ministério da Saúde revelou uma queda no consumo de alimentos saudáveis e a substituição por produtos industrializados e refeições prontas.
O que a população desconhece é que esses alimentos geralmente contêm grande quantidade de sódio e gordura saturada, que, se consumidos com frequência, podem gerar sérios problemas de saúde (Márcia Fidelix presidenta da Associação Brasileira de Nutrição).
Açúcar, sal e gordura em excesso são os maiores vilões do consumismo exacerbado pelas campanhas publicitárias de Rádio/TV (direcionadas ao público infantil). Para alertar a população sobre esses riscos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou uma série de novas regras para a publicidade e a promoção de alimentos e bebidas com baixo teor nutricional e elevadas quantidades de sódio, açúcar e gordura saturada ou trans (Resolução RDC 24/2010)

A Resolução (RDC 24/2010) inclui a veiculação de alertas nos comerciais de televisão e rádio, com textos indicando que o produto “contém muito açúcar e, se consumido em grande quantidade, aumenta o risco de obesidade e cárie dentária”, entre outros aspectos.

O limite dado pela agência para a quantidade de açúcar em alimentos sólidos é de 15g a cada 100g de produto. Um pacote de biscoito recheado, por exemplo, chega a conter 60g de açúcar em 100g de biscoitos, mais de quatro vezes superior ao limite. Quanto à gordura saturada, o valor estabelecido é de 5g a cada 100g. E o limite para a quantidade de sódio é de 0,4g para cada 100g de produto. As empresas terão 180 dias para se adequar às novas regras.

A iniciativa da Anvisa visa proteger os consumidores da omissão de informações e da indução ao consumo exagerado: “Os alertas nas propagandas vão possibilitar a reflexão do consumidor, para que ocorra uma mudança de comportamento, desestimulando os excessos (Maria José Delgado, gerente de monitoramento e fiscalização de propaganda da Anvisa)

Para muitos nutricionistas, os biscoitos recheados, os refrigerantes e as refeições industrializadas são os vilões, devido à quantidade excessiva de açúcar e gorduras, mesmo estando isenta de gordura trans. Os refrigerantes e as comidas congeladas (pizzas, lasanhas, sanduiches etc), estão repletos de sal e gordura saturada. E não adianta recorrer aos refrigerantes de baixa caloria, porque estes possuem elevada quantidade de sódio, que prejudica o sistema vascular.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Alana, com crianças entre 3 e 11 anos, destacou que guloseimas são mais desejadas que brinquedos, indicando que os biscoitos recheados são os mais consumidos, seguidos por refrigerantes, salgadinhos, batatas fritas e pizzas. Segundo a pediatra Maria Cristina Duarte estes produtos produzem calorias vazias, sem valor nutricional, com baixos teores de vitaminas, proteínas e fibrase, podendo “gerar nas crianças um problema chamado síndrome metabólica”. Ela conta que essa síndrome causa elevações dos níveis de lipídios e colesterol, alterações na glicemia e na insulina e pode levar à obesidade e à hipertensão arterial.

Para a coordenadora-geral do projeto Criança e Consumo, Isabella Henriques (Instituto Alana), deveria haver uma resolução específica para o público infantil, mas a Anvisa perdeu essa oportunidade para regular os excessos.
Apesar de ser uma medida inovadora, um avanço para a proteção da sociedade, a Anvisa perdeu a oportunidade de ir além (...) Um capítulo que regulamentava a vinculação de brindes e outros atrativos a alimentos que, em excesso, podem ser nocivos à saúde das crianças e definia horários apropriados para a divulgação desses produtos não foi incluído na resolução da Anvisa. A maior parte da publicidade desses alimentos é voltada para o público infantil, que deveria ser tratado de forma especial, por ser formado por consumidores hipervulneráveis (Isabella Henriques, do Instituto Alana).
[Com informações de Carolina Khodr, Correio Brasiliense]

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20100514

A beleza feminina brasileira

Miss Brasil começou sua jornada em Divinópolis, oeste de Minas Gerais, e prossegue rumo ao título máximo da beleza universal


A belíssima Miss Brasil 2010, Débora Moura Lyra, de origem capixaba, representou com competência e dignidade o Estado de Minas Gerais e, certamente o fará em relação ao seu País.

Estudante de Jornalismo, fluente em inglês e espanhol, Débora deve ser uma das mais belas e preparadas misses dos últimos tempos.

Débora Lyra venceu o concurso Top Model Of The World (2008), Miss Minas Gerais (2009) e, sem dúvida alguma, uma das favoritas ao título de Miss Universo 2010.

Os dois vídeos a seguir mostram o porquê desse favoritismo e como vive a representante de Divinópolis, após a conquista do título.





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20100409

A miséria deplorável dos Guarani

Muitos mais morrerão como consequência direta ou indireta da usurpação ilegal e altamente injusta das terras dos Guarani e da contínua negação de seus direitos básicos

A organização indigenista Survivor International publicou um relatório para o Comitê para Eliminação da Discriminação Racial da ONU (CERD-ONU), expondo a miserável e degradante situação humanitária dos índios Guarani (Kaiowá, Nhandeva e Mbyá) no Estado do Mato Grosso do Sul. Há mais de 50 mil pessoas vivendo em condições deploráveis enquanto esperam, à beira de estradas, pela demarcação de seus territórios.

A vida e o modo de viver dos índios Guarani do Mato Grosso do Sul, no Brasil, estão sendo gravemente ameaçados pelo não reconhecimento de seus direitos à terra. A ocupação e usurpação de suas terras pela indústria e ações governamentais têm resultado em uma situação desesperadora na qual os Guarani sofrem por detenção injusta, exploração, discriminação, desnutrição, intimidação, violência e assassinato, além de uma taxa de suicídio extremamente alta. (Survivor International, 2010)
Segundo a Survivor International, a situação “é uma das piores entre todos os povos indígenas das Américas”, pois eles vivem presos, em condições de exploração, detenção injusta, desnutrição, preconceito e assassinato, e apresentam um dos maiores índices de suicídio da América do Sul. Para esta organização todos esses problemas provém da falta de acesso à terra e da negação de seus direitos territoriais coletivos.

Após visita ao Brasil em novembro de 2009, a comissária para Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, relatou que, em sua maioria, os povos indígenas do Brasil ‘não estão sendo beneficiados pelo impressionante progresso econômico do país. Em vez disso, são dominados pela discriminação e indiferença, acossados de suas terras e obrigados a se envolver com trabalho forçado’. (Survivor International, 2010)

A professora Marta Maria Azevedo, do Núcleo de Estudos da População (NEPO) da Unicamp, entrevistada pelo Correio da Cidadania (Gabriel Brito), assim descreve um dos aspectos mais aviltantes da situação, pouco divulgados pela mídia:
[...] estamos diante de toda uma situação realmente muito ruim, inclusive para o país. O que nos assusta também é a enorme violência que vem sendo praticada contra as comunidades que lutam pelas suas áreas tradicionais, na forma de assassinatos e esquartejamentos. Após as mortes, os corpos são encontrados dentro de sacos de lixo, em geral em fundos de rio ou locais de difícil acesso – isso quando são encontrados. (Azevedo apud Brito, 01/04/2010)
Como o Governo faz corpo mole diante da situação, da Constituição e dos protestos além-fronteiras, espera-se que a disseminação destas informações possa fazer corar de vergonha os respónsáveis pela omissão e inércia e traga para esses povos dias felizes, como uma vez desejou Anchieta.

Acompanhe a vida dos Guaranis no site da Survival - El movimiento por los pueblos indigenas

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